quinta-feira, 31 de julho de 2008

Busca por Pasárgada.

Não sei se com alguma tranqüilidade que afirmo, mas o tempo corre apressado. Permita-me uma maravilhosa tarde de papo pro mundo, as vezes isso parece impossível! Vontade de perceber o mundo, ficar sentada sobre a guia da calçada com algum contemporâneo da guerra na cabeça, algum que cantasse suas verdades - cruéis.
Vontade de me perder nas minhas loucuras, ilusões. Desafiar o mundo, sabe? Questionar sua pressa, sua mania inóspita!
Fiquei achando que era coisa de adolescente, uma fase. Tudo isso de não me encaixar, de apontar os erros do mundo e enfim julgar-me privilegiada por não me enquadrar, achei que o tempo levaria minhas convicções, que pertencer e consentir com algum lugar era algo que estaria sujeita e quem sabe até escapasse um riso, condescendente, ao lembrar das bobagens que dizíamos quando novos.
Será que é cedo para desistir?
Um interior arcaico, retrogrado, passado. Sem opções de encontros artísticos. O melhor do calmo - tão preciso para minha atividade - com o pior da mansidade, mesmisse. O interior ao mesmo tempo inspira e limita minha criação. E a idéia de metrópole que me encanta e me choca. Se a tecnologia em excesso já me põe em risco, e a luta tremenda pela paixão do agito, dos domingos com vida, dos domingos musicais, libertinos, fotomemorizantes. O desespero, o stress, do movimento dos 'crash', dos personagens sem rosto, da histórias de personagens do imaginário comum. A não autenticidade do humano, a possibilidade de tudo com o impecílio da ausência do fundamental: a singularidade. Sujeitos, não massa. Etnias, não raças. E caímos sempre no erro de classificar, que se intensifica com o aglomerado de seres pensantes. Diferem-se, metrópole e interior apenas no que diz respeito a: no interior se chocam porque reparam, analisam e qualquer fora do comum causa desaprovação, por vez na metrópole não a tempo de reparar, se chocar.
Que faço? Uso de minhas ferramentas egoístas para aproveitar-me do melhor de cada lugar?
Ou crio uma Pasárgada. Um lugar para afugentar meus pensamentos, antes que estes esvoacem, se percam por entre as avenidas e voltem desorientados, famintos de geléia real, sendo apenas mais operários em construção.

sábado, 26 de julho de 2008

Primeiras considerações.

Acho que a dúvida inicial nasce no Raimundo. Talvez o chá. Faleremos dele então, que nos precisa, pede poesia, a poesia indiscreta, que nos cerca, nos morde nos impele a verdade. Um instante! Que essa linha primeira já se foi, a confusão pede: um instante.

Um instante,
A poesia a flor da pele
rasga o tempo,
devora a emoção,
tumultua.
Se faz, se rompe: Atordoa.
Um instante,
dado ao libertário
a poesia se matura, se alude
Fortifica-se.

É por isso, tão preciso, tão necessário esse chá, talvez melhor um café, ou muitos que possibilitem uma clareza quase indescente. Devo o café, às três e não as sete. Devo um café não só a Raimundo, mundo, devo a mim, que me comprometo tanto, ou mais a mim mesma que não consigo outros compromissos. Um julgar ser tão comprometida consigo mesmo que o restante foge a meu plano, Sabino já dizia.

Ah, não há segredo que forcem um pseudônimo, e não se deve esperar revelações polêmicas, não o fiz simples e puramente, por não fazer-se necessário. Não por arrogância, ao contrário, valho mais pela minha origem e idéias que ao nome que assino, este por si só não diz nada: é ineficiente. Por enquanto assino assim e te basta. Quando julgar preciso lá o estará ilustrando o texto.