Não sei se com alguma tranqüilidade que afirmo, mas o tempo corre apressado. Permita-me uma maravilhosa tarde de papo pro mundo, as vezes isso parece impossível! Vontade de perceber o mundo, ficar sentada sobre a guia da calçada com algum contemporâneo da guerra na cabeça, algum que cantasse suas verdades - cruéis.
Vontade de me perder nas minhas loucuras, ilusões. Desafiar o mundo, sabe? Questionar sua pressa, sua mania inóspita!
Fiquei achando que era coisa de adolescente, uma fase. Tudo isso de não me encaixar, de apontar os erros do mundo e enfim julgar-me privilegiada por não me enquadrar, achei que o tempo levaria minhas convicções, que pertencer e consentir com algum lugar era algo que estaria sujeita e quem sabe até escapasse um riso, condescendente, ao lembrar das bobagens que dizíamos quando novos.
Será que é cedo para desistir?
Um interior arcaico, retrogrado, passado. Sem opções de encontros artísticos. O melhor do calmo - tão preciso para minha atividade - com o pior da mansidade, mesmisse. O interior ao mesmo tempo inspira e limita minha criação. E a idéia de metrópole que me encanta e me choca. Se a tecnologia em excesso já me põe em risco, e a luta tremenda pela paixão do agito, dos domingos com vida, dos domingos musicais, libertinos, fotomemorizantes. O desespero, o stress, do movimento dos 'crash', dos personagens sem rosto, da histórias de personagens do imaginário comum. A não autenticidade do humano, a possibilidade de tudo com o impecílio da ausência do fundamental: a singularidade. Sujeitos, não massa. Etnias, não raças. E caímos sempre no erro de classificar, que se intensifica com o aglomerado de seres pensantes. Diferem-se, metrópole e interior apenas no que diz respeito a: no interior se chocam porque reparam, analisam e qualquer fora do comum causa desaprovação, por vez na metrópole não a tempo de reparar, se chocar.
Que faço? Uso de minhas ferramentas egoístas para aproveitar-me do melhor de cada lugar?
Ou crio uma Pasárgada. Um lugar para afugentar meus pensamentos, antes que estes esvoacem, se percam por entre as avenidas e voltem desorientados, famintos de geléia real, sendo apenas mais operários em construção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário