Ela vai morrer. 2 minutos é o tempo.
As vezes é preciso morrer.
A cabeça projeta o fundo, qual será o tamanho da queda?
O arrepio na coluna, o fascínio na entrega, ela vai desfalecer. É o limiar, ao menos se suportasse esse fascínio que a consome.
Ela é encantadora no modo descompromissado em admirar a noite, ele pensa, e se aproxima. Beija seu ombro. Ela se faz bonita. Ela não é bonita, não se trata de beleza, é alguma outra coisa. São os olhos doloridos mais bonitos e vertiginosos que já se viu, o mergulho não tem volta.
Ela se deita na cama, mas ainda está no asfalto. Não é nojo, ou remorso. Exaustão de si. Ela precisa recolher-se para outra vida, faz tempo que não é outra.
Ela vai embora, deixar o homem nu dormir, o cigarro é só o processo de transformação na rua. O álcool começou com a necessidade de se abandonar nas sarjetas. É preciso se abandonar pra recomeçar pelos cacos. Onde foi que se perdeu?
Um quarto com cama concretada, o cheiro de mofo se mistura ao álcool, ao sexo. Tem um corpo na cama que dorme nu.
Mas ela não quer analgésico. Dose única. E vive na dor a única maneira de se suportar.
2 comentários:
Laís,
seu texto está simplesmente sensacional! Super me identifiquei... (aquelas mó deprê).
Parabéns!! Não pare de escrever!!!
visite meu blog qdo quiser: http://joicerodrigues.zip.net
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