quarta-feira, 28 de setembro de 2011

E vive na dor a única maneira de se suportar.

Da última vez que a vi ela ainda era aquela figura fragilmente adorável e, por isso, insuportável para toda uma vida. Dessas que a gente sente um desprezo amargo e uma vontade incontrolável de fazê-la - a criatura - arrepender-se de tentar nos confortar.
Ela tem aquele sorriso de compaixão de quem diz: eu sei o que te aflige. A vontade é de fazê-la engolir toda essa dedicação gratuita.
Você não tem e não deve ficar aqui, recolhendo meus cacos e me ajudando a levantar, tenha amor próprio! Não entende nada sobre sofrimento, você é vazia. O que queres de mim? É esse desejo de sexo? De partilhar algum conhecimento que só pertence a mim?
Diz que isso. É o máximo. Que aí eu poderei dizer-te:
Leva tudo.
Fica com tudo, que eu já não sou e já não tenho nada que compartilhar.

Você nunca dirá que pelo dinheiro. Sua estúpida. Por que não pode ser como as outras? E entender que eu não tenho nada a te oferecer?
E vem me dizer de amor. Chora. Implora a meus pés.

O que ainda faz aqui?
Vai embora com o pouco orgulho que te resta. Eu não vou ficar por você. Você é a única que ainda insiste nessa de eu ainda ter algum sentimento e tem como meta de vida descobri-lo. Você acha que será a responsável por uma mudança de hábitos, que secarei meu copo e me livrarei dos cigarros, que será a única para mim.

Menina, há outra garota na minha cama. Há outra no meu sexo. Venha ver, eu te levo pela mão. Você não enxerga que nada mudou? Você não percebe que está investindo seu tempo em alguém que não está interessado?

Venha menina, senta no meu colo. Vou te dar um beijo agora. Você precisa descansar. Shiu, eu já não sinto culpa, pode cochilar, você fez um bom trabalho.

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