Aquele dia que finalmente é o escolhido pra se importar, raciocinar e deixar de camuflar-se do perigo. É isso, medo. Apenas o que me move, e eu achando que era o compromisso, o orgulho - não! - não há nada orgulhável ou comprometido nisso, é tudo o contrário, em tudo há covardia. Covarde diante de uma lágrima, covarde pra um sorriso, pra um risco. Covarde pra Artes, pra cinema - hobby. É sempre, e tudo, hobby. Não há incerteza, e claro que a paixão nada pode ter a ver com o risco. Mas como, se são complementares, pareadas. Medo de sugerir fragilidade. De ter a pior dor do mundo e a história mais divertida de todas. Do comum.
As vezes só necessito estar só. Estar só com um filme, ir pra cama com um livro, olhar os pedestres em trânsito. Sugerir uma foto, ver uma exposição. Escrever não apenas por hobby, mas por um motivo ainda mais intragável - egoísta - pois é a única coisa que me faz expor ao mundo qualquer sentimento preso a um sorriso amarelo. Falar é fácil quando não se pede pra fugir do automático: "bem, e você?".
Esse é meu máximo. Até onde vou com a segurança de olhar para frente. Ensaio um discurso entalado na garganta, inexperiente e sem muita convicção é tomado pelas lágrimas, invento uma alergia, um cisco, e experiente trago a tona o sorriso oscilante. É tudo acabado e volta-se a contar alguma anedota, em pouco, a lágrima é esquecida e um dia lembrada como 'e a gripe?'.
Hoje, sem alergia.
Um comentário:
Falar é fácil quando não se pede pra fugir do automático: "bem, e você?".
^_^ muito bom.
"Falar de amor é fácil, quando se esta amando.
Mas é mais fácil quando o coração esta chorando."
Esses versinhos que me consomem, rsrs, muito bom seu texto/poema, profundo, mente aquecida e sem limites, limitada pelo meio, parabéns.
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