A primeira poesia é como caminhar na praia às seis, sem banhistas, quase noite, quase dia. O vento tocando os cabelos, livrando a cara, o pé pisando a areia, quase fria, quase quente. O vestido ritmado dançando sozinho o ar, sem óculos escuro, fina camada de protetor. A areia, branca, seca, solta as mãos, dentro das mãos, não vaza, não promete. O sol surg(indo). O descontrole, a inquietação discreta. A intimidade: a imensidão e eu.
A primeira poesia é como o primeiro beijo: a hesitação primeira.
É como o primeiro sexo: a excitação primeira.
A poesia, primeira como o orgasmo, como o sexo, como o beijo, como o tapa na cara e o cuspe no chão.
É, sempre, vinda do chão e do fetiche de fazê-la sopro na nuca. O fetiche de fazerem amor, fazerem ideal, isso, é prosa. Aquilo? É pele, a tela, sopro, melodia.
3 comentários:
A extensão de um texto é a de um álbum.
fiz um blog novo... seja minha seguidora ;)
Se a primeira poesia é tudo o que você disse, mal posso esperar para saber das seguintes!
Parabéns. O seu blog está um charme e muito rico.
beijos
Joy
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