- Filho de uma puta!
- Vadia! Boca cheia um sopro só, curto e audível.
Eram quatro dedos que avermelhavam a cara, o último pegou a orelha e se camuflava pelos cabelos revoltos meio-úmidos. Se deixavam ouvir e ver no pátio, mas não os dedos a cara, esses parecem ser reservados.
- Minha mãe é mais homem que você, você é uma bixa! Mulherzinha. Escárnio, zombaria, tinha-o nas mãos e ria. Meu bem, mais a esquerda, cinco minutos. Meu amor, ele? Três vezes.
- Sua puta, te quebro a cara de novo! Raiva entre lágrimas.
A cena começou a ganhar observadores, curiosos e incrédulos. Uns torciam por uma revanche, queriam vê-lo ainda mais humilhado, queriam-no ajoelhado, derrotado e ela ferindo-lhe com sua libido, com seu desprendimento, despudor. Outros queriam ver oito dedos e sofriam com o absurdo.
A cena se fez sadista: os que queriam bater e os que gozavam com o sofrimento.
Saíram juntos, pouco depois, ainda na confusão. Foram antes que se juntasse uma multidão com um preferido, era necessário um equilíbrio entre os que batem e os que recebem.
Eram no estacionamento. Eram sozinhos assim que a porta do carro se fechou do mundo.
- Assim?
- Era. Confirmou extasiado.
- Vadia mesmo?
- Uma puta.
Em um único gesto abriu o zíper, tirou o pau, duro, e chupou-o.
O plano era gozar com, do público.
2 comentários:
Essa coisa de exibição é uma loucura.
Uau. Adoro.
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